Depois da greve dos Professores da Rede Estadual, os educadores do município também decidiram entrar em greve na última sexta-feira, 13. As reivindicações são justas e se referem a salários ( com cumprimento do piso de R$ 950), concurso público imediato e escolas em melhores condições. Igualmente justas, acredito, são as alegações do secretário Jorge Pinto que divulgou carta aberta a população explicando o que esté ocorrendo em sua pasta. Em parte do documento ressalta que "A Secretaria Municipal de Educação e a Prefeitura Municipal de Macau, através dos seus representantes legais, pretendem promover a valorização do trabalhador em Educação e, para realizar tal intento, estarão recebendo, na segunda quinzena de março, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação – SINTE/RN, regional de Macau, para discussão do Piso Salarial Nacional e o Plano de Carreira do Magistério".
Infelizmente, o que acontece em Macau é o reflexo de uma conjuntura de maior amplitude, onde os serviços públicos, apesar dos esforços dos dirigentes, não conseguem atender a demanda de um número cada vez maior de pessoas carentes. Deve o governo federal ampliar a política de controle de natalidade e ensinar que as pessoas devem ter profissão e/ou ofício e não se pendurarem nas tetas do estado. Sim, repito, se pendurarem. Já escrevi anteriormente, aqui neste blogue, que a política de dar o peixe e não ensinar a pescar é maléfica. Enquanto persistir, nada de melhorar a qualidade de vida do trabalhador brasileiro. É preciso ir a escola para entender a vida, questionar o dia a dia e aprender-se a pensar. Não apenas pela merenda ou pela "farda" distribuída gratuitamente. É necessário repensar a Educação. A greve é justa e as alegações do serviço público, em geral, também o são. Diriam alguns que as promessas de planos de cargos e salários não são cumpridas. E é verdade. As distorções devem ser corrigidas. É o que se espera. Aqui em Macau e no Brasil. Penalizar o governo local pelos problemas da Educação é fácil.O problema maior é a falta de uma política de direcionamento para práticas pedagógicas condizentes com o século XXI e que ofereça recursos para que todos estejam na escola. A questão transcende ao simples apontar de culpados. A solução é de todos: sociedade organizada, partidos e agentes políticos e poderes constituídos. Ou se começa a mudar agora ou a falência do atual modelo escolar virá mais rápido que está vindo.