segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Carnaval dos papangus leva milhares de Turistas a Bezerros em Pernambuco

Mulheres mascaradas no carnaval de Bezerros, PE
Foto Antonio Cruz/ ABr


IVY FARIAS

Agência Brasil
Bezerros (PE) - E
m Bezerros, a cerca de 100 quilômetros de Recife, o carnaval não é marcado pelo frevo, maracatu, coco ou cirandas, mas pelos grupos de pessoas mascaradas chamadas de papangus.
A tradição dos papangus surgiu em 1905 com um grupo de amigos que resolveram brincar o carnaval escondido das esposas. Eles se fantasiavam com folhas de bananeiras, cobriam os rostos com sacos de embrulhar pão e entravam nas casas das pessoas pedindo cachaça ou um prato de angu, especialidade da culinária da região.
O carnaval dos papangus leva para Bezerros cerca de 300 mil turistas. O domingo se transformou no ponto alto da festa, por causa do desfile pelas ruas da cidade e da farta distribuição de angu aos foliões, promovida pela prefeitura.
No carnaval dos papangus, “não revelar a identidade” é fundamental. A graça é se manter o anonimato, afirma a guia turística da cidade Monique Fernandes. Ela informou que a tradição de esconder a identidade surgiu no começo do século, quando homens casados se fantasiavam para brincar o carnaval e conquistar as mulheres sem o conhecimento das esposas. Costume que, segundo ela, permanece até hoje.
O anonimato dos foliões é mantido em segredo indefinidamente, cada um faz a sua fantasia. “Não faço a menor idéia de quem passou na minha casa para comer o angu no carnaval do ano passado”, disse Polliany Santos, diretora do Centro de Artesanato de Pernambuco.
Indagada sobre se já se fantasiou de papangu, Pollyana desconversou, respondendo que não sai de casa no carnaval.
Por causa de uma lei municipal, os papangus só podem ficar nas ruas de Bezerros até as 17h.