segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Mulheres estão mais vulneráveis às DSTs no Carnaval, diz especialista

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Amanda Cieglinski
Agência Brasil




O comportamento permissivo e o uso excessivo de álcool e drogas são a combinação perfeita para o sexo sem proteção no carnaval. O cenário é ainda mais perigoso para as mulheres, aponta Maria Helena Vilela, diretora do Instituto Kaplan, especializado em sexualidade humana. Segundo a especialista, o próprio corpo feminino facilita o desenvolvimento de infecções.

“As mulheres são mais vulneráveis tanto ao contágio de doenças, quanto à gravidez. Ela tem muito mais possibilidade de infecção do que o homem porque o aparelho genital interno favorece isso”, alerta Vilela. Além dos fatores fisiológicos, há também as barreiras culturais. A não-popularização da camisinha feminina, por exemplo, torna as mulheres ainda mais vulneráveis na hora de exigir o uso do preservativo.


De acordo com Maria Helena, o uso de álcool e de drogas, comuns durante o carnaval, são dois fatores que contribuem para o sexo sem proteção e o conseqüente contágio por doenças sexualmente transmissíveis (DSTs).

Na avaliação de Maria Helena, as campanhas sobre sexo seguro devem ir além do carnaval porque só quem “tem convicção da importância da prevenção” consegue exigir o uso do preservativo. “Usar camisinha não é uma coisa tão simples quanto parece, o uso está ligado a valores que para algumas pessoas é difícil encarar. É complicado, você tem que negociar com o parceiro, tem que encarar o fato de que você acredita que o parceiro pode ser alguém que não se cuida e isso são coisas que a nossa sociedade ainda não se abre para conversar. Mas se a pessoa tem aquilo como hábito, ela usa camisinha no carnaval ou fora do carnaval”, compara.