Tenho ouvido comentários, em conversas com amigos, que Macau não tem nem para onde e nem como crescer. Bobagem e porque não dizer, pessimismo puro. Acho até engraçado a afirmação, quase que diária, que Macau é a cidade do já teve. Se assim se constata hoje, é porque acomodaram-se as pessoas que podem mudar e aqueles que querem mudar se deixam levar pela onde de pessimismo dos que se acomodaram. Ora, planejamento e mudança devem fazer parte da vida de pessoas, cidades e instituições. Quem não quer mudar e teima em permanecer igual vai perder o bonde da história. Concordo, também, que não se deve fazer nada de orelhada, de sopetão, no impulso. Porém, cidadãos e poder constituído devem buscar melhorias, soluções, alternativas e mudanças. E me parece, que boa parte de pessoas que aqui residem estão como que engessadas, esperando a solução de quem não quer ou não pode fazer nada pela cidade.
É preciso articular, discutir, apresentar, arregaçar as mangas e tentar. Se não buscamos respostas como fazer perguntas? A cidade, pode e vai crescer sim.
Não na sede, mas nos distritos que ainda têm condições de absorver grande número de moradias, investimentos e gente disposta a mudar. Cohab, Quixaba, Salinópolis, Diogo Lopes, Barreiras e outras localidades merecem tratamento igual a cidade porém com um olhar mais atento. Não quero dizer com isso que as coisas não estão sendo feitas. Estão sim, mas será que estão com a intensidade e rumo que se precisa?
Cadê o Turismo que não é incentivado? Onde está a participação de todos em se reunir para buscar alternativas? Verdade não pode ser escondida. O Petróleo não se renova e deve acabar em alguns anos. Produção de Pescados, Geração de Energia através de Moinhos de Vento, Intercâmbio Cultural com a co-irmã Macau, na China, são idéias que devem ser perseguidas e não ficarem no papel, no blogue, na mesa do bar e nas reuniões familiares. Cresceremos, sim, com a vontade ou mesmo sem a disposição do poder constituído. Resta, porém, planejar e encaminhar o crescimento.
Marcelo Rios
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